Dependemos de ecossistemas saudáveis não só pela sua capacidade de fornecer água doce, alimentos, abrigo, energia, medicamentos e de regular o clima, mas também pela economia global. Este ano realizamos mais pesquisas pioneiras sobre o papel das paisagens arbóreas e florestais em soluções globais, e defendemos os recursos genéticos das árvores para restaurar o que foi perdido, cultivar práticas florestais sustentáveis e nutrir nosso solo e terra vitais.
“Uma história de sucesso retumbante” para Regreening Africa
Regreening Africa, Fase I (2017–2023), divulgou seu relatório final proclamando aquilo que uma parte interessada chamou de “retumbante história de sucesso”. Ao longo de sete anos, o programa restaurou paisagens em quase um milhão de hectares de terras em oito países e prestou assistência a mais de 600.000 famílias no Sahel e no Chifre de África. Em 2023, o programa também publicou uma série de relatórios para compartilhar ideias de restauração de terras sobre temas importantes, como a mobilização de instituições religiosas e a inclusão de gênero e de jovens.
Semeando sementes da mudança na Etiópia
Os membros do Parlamento etíope reconheceram o papel ativo do CIFOR-ICRAF na transformação da silvicultura sustentável do país, com o fornecimento de sementes de alta qualidade para a restauração florestal e a agrossilvicultura por meio da segunda fase do projeto Fornecimento de uma Carteira Adequada de Sementes de Árvores na Etiópia (PATSPO). Destaques: o PATSPO II também ajudou a reabrir centros de sementes no Tigré do pós-guerra, realizou capacitações de pessoal e workshops de conscientização sobre gênero, e começou a trabalhar mais de perto com revendedores privados de sementes.
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PATSPO auxilia os produtores
O manejo sustentável da vida silvestre começa com as comunidades
“Podemos usar de forma sustentável a carne de animais silvestres e os recursos da vida silvestre nas florestas tropicais?”, perguntaram os cientistas durante uma sessão da conferência GLF Nairóbi 2023. Quanto ao Programa de Manejo Sustentável da Fauna Silvestre (SWM), parte da resposta reside nas parcerias de base. No ano passado, a SWM fez parceria com a Visit Rupununi (VR) — a primeira organização regional de gestão de turismo da Guiana — para fornecer treinamentos em ecoturismo para mulheres empreendedoras e publicou os resultados da primeira avaliação da biodiversidade para a cordilheira de Karaawaimin Taawa, uma iniciativa liderada por indígenas para exibir a riqueza de suas terras tradicionais e o importante papel do manejo comunitário na continuidade de sua conservação.
Garantia de futuro para os meios de subsistência rurais na Zâmbia
Quando a praga invasiva da lagarta do funil do milho chegou pela primeira vez à África Subsaariana em 2016, os governos regionais gastaram milhões em pesticidas, temendo seu impacto no milho e em outros cereais. Porém, nossa pesquisa demonstrou que a praga tem muitos inimigos naturais e costuma causar poucos danos. Para promover a conscientização sobre alternativas agroecológicas muito mais seguras e eficazes aos pesticidas, realizamos vários workshops e eventos e publicamos um guia e vídeos sobre estratégias de pequenos agricultores para o manejo da lagarta do funil do milho na África Austral. Atualmente estamos trabalhando com o governo da Zâmbia e parceiros para elaborar uma estratégia nacional para o manejo da lagarta do funil do milho. Além disso, lançamos o projeto Zâmbia para a Agrossilvicultura, Biodiversidade e Clima (Z4ABC) no intuito de ajudar pequenos agricultores e empreendedores rurais a proteger seus meios de subsistência contra as ameaças da mudança climática, sem perder de vista o aumento de sua produtividade e a melhoria da igualdade de gênero. Por fim, nosso trabalho por meio da iniciativa Colaboração para Operacionalizar Abordagens Paisagísticas pela Nature, Development and Sustainability (COLANDS) revelou por que o sucesso da governança ambiental depende da compreensão de formas ocultas de poder.
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Rhett Harrison em fala sobre os destaques de 2023 na Zâmbia
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Como controlar a lagarta do funil do milho
Principais destaques de nossas paisagens
Uma série de workshops na África e na Ásia reuniu pessoas para falar sobre a restauração da paisagem – de manejo de incêndios e neblina na Indonésia até a política de restauração de terras secas na Etiópia e treinamentos sobre a inclusão no Quênia. O projeto Bacia Hidrográfica Integrada de Gergera publicou sua história de sucesso de restauração, exibindo mais de 20 anos de aprendizagem e execução na Etiópia. E o programa Paisagens para Nosso Futuro reuniu representantes de 18 de seus 22 projetos para uma inovadora Cúpula Global em Nairóbi. Niclas Gottmann, Representante da Política Fundiária e Ambiental da Comissão Europeia, afirmou: “A estrutura da Cúpula Global da LFF foi ousada, mas superou as expectativas em termos da qualidade do intercâmbio de conhecimento que foi catalisado. É raro o sucesso na criação de um espaço tão confiável.”
“A estrutura da Cúpula Global da LFF foi ousada, mas superou as expectativas em termos da qualidade do intercâmbio de conhecimento que foi catalisado. É raro o sucesso na criação de um espaço tão confiável. ”
Niclas Gottmann
Representante da Política Fundiária e Ambiental da Comissão Europeia
Em todas as nossas paisagens, nossa pesquisa sobre os direitos das mulheres à terra e aos recursos evidenciou os desafios e o potencial das abordagens transformadoras de gênero para gerar mudanças de longo prazo. Nossos especialistas em gênero revelaram porque a pesquisa precisa começar com mulheres e comunidades, de modo que criamos um módulo de equidade de gênero e inclusão social para o treinamento do Land Finance Hub com vistas a ajudar a transformar micro, pequenas e médias empresas em defensoras de negócios responsáveis. Além disso, os resultados de nossa pesquisa fundiária mostraram que, para muitas comunidades indígenas, títulos de propriedade não são o mesmo que títulos de posse.
Restauração da Amazônia Brasileira
Nosso trabalho no Brasil está se expandindo em ritmo acelerado, com 7 projetos e 26 funcionários no país. Em 2023, o estado do Pará lançou um plano de recuperação da vegetação nativa que foi diretamente embasado pela nossa pesquisa, e desempenhamos um papel fundamental na Aliança para a Restauração da Amazônia. Também ampliamos nosso trabalho em nutrição e restauração com o apoio da Salesforce. Nosso trabalho com a Amazon Inc. e The Nature Conservancy sobre carbono voluntário por meio da restauração com agroflorestas levou à celebração de um acordo de carbono com os produtores. Por fim, lançamos um novo projeto sobre agricultura regenerativa e soluções baseadas na natureza para a conservação da Amazônia com base em uma abordagem paisagística com múltiplas partes interessadas.
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Andrew Miccolis explica os destaques de 2023 no Brasil
Ecoturismo em manguezais conquista reconhecimento nacional
A comunidade costeira da aldeia de Sungsang IV, no sul de Sumatra, recebeu o título de “Melhor Aldeia Turística” do interior, e recebeu uma visita do Ministro do Turismo e Economia Criativa, Sandiaga Uno. Em parceria com a Universidade de Sriwijaya e o Fórum da Bacia Hidrográfica de Sumatra do Sul, o CIFOR-ICRAF está realizando pesquisa de ação participativa na aldeia para desenvolver modelos de negócios ecologicamente viáveis, apropriados para o nível local e de base comunitária para a restauração de manguezais.
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Visita do Ministro do Turismo
Um encontro para as montanhas
A exploração científica, a restauração ecológica, a sabedoria indígena e a vida futura figuraram na agenda da Terceira Conferência sobre o Futuro das Montanhas, realizada em Kunming, China, em abril de 2023. Os participantes exploraram vias para a execução de ações inovadoras para a conservação da biodiversidade e revitalização rural em comunidades montanhosas no âmbito do novo Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal.
